terça-feira, outubro 09, 2007

A GENTE DA GENTE

Tem gente que, quando a gente vê, gosta desmedido, súbito e "inexplicavelmente"...
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Tem gente que quando fala da gente, a gente chega a pensar que sabe mais da gente do que a gente mesmo...
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Tem gente que a gente não vê, mas a gente sente, e chega achar que está tocando...
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Tem gente que usa os olhos pra falar com a gente, esconde as palvras e age com o coração...
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Tem gente que a gente no início não se permitia gostar e hoje é gente que a gente não consegue (nem quer) deixar de amar...
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Tem gente que não ouve a gente, mas a gente ouve, atenciosamente; aprende com essa gente, entende essa gente e começa até a aceitar um pouco mais o jeito da gente mesmo de ser...
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Tem gente que está longe da gente...
Tem gente que está perto da gente e ao mesmo tempo longe...
E a gente sente falta das conversas com essa gente, dos Toddy's especiais, da galinha de chocolate, das noites em volta da mesa, das risadas, dos segredos...
...
Tem gente que briga com a gente: isso ajuda a gente a ser feliz...
..
E assim a gente segue satisfeita com o jardim da gente, porque, a gente da gente é flor diferente, única e mais linda do mundo!


terça-feira, setembro 18, 2007

A ETERNIDADE DAS LEMBRANÇAS

Eterno por eterno, as lembranças também podem ser.
E melhor as boas lembranças no relicário que os olhares na estante, empoeirando, por tempo indeterminado.

“O que a memória amou fica eterno.” Adélia Prado

quinta-feira, agosto 30, 2007

"Há muitas razões para duvidar e uma só para crer."
Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, agosto 22, 2007

POESIA*

Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
* Carlos Drummond de Andrade

domingo, julho 08, 2007

SUCO DE LARANJA, BATATAS FRITAS E TRÊS VIOLÕES

Dois pares de olhos, o mesmo sofrimento. Centenas de pessoas ao redor. Suco de laranja. Dedução de razões. Risos. Comparações. Música. Lembranças. Saudade.
— Não pensa nisso!
— Parei!
Batatas fritas? Ironia da vida. Confissões. O início. Seqüelas. Lágrimas. "A desilusão de um quase...". O estrago de um "se". Desânimo. Aperto de mãos. Determinação. Um violão, dois violões, três violões. Hotel California. O fim: início de uma nova motivação.
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Nando Reis - Os Cegos Do Castelo

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou
(...)
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim

QUASE - Sarah Westphal

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."
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Luis Fernando Verissimo comenta em sua coluna no jornal O GLOBO de 31/3/2005: "Apareceu a autora do 'Quase', o texto que rola na internet atribuído a mim e que eu, relutantemente, tenho que repetir que não é meu. Ela se chama Sarah Westphal Batista da Silva, tem 21 anos, é de Florianópolis, escreveu o texto 'inspirada por um menino que não me namorou, mas quase...'..."

quarta-feira, junho 27, 2007

FRUSTRAÇÕES


É frustrante estabelecer metas e não alcançar, fazer projetos e não cumprir, listar prioridades e não seguir, determinar prazos e ultrapassá-los...
É frustrante detectar o erro e não mudar, sofrer com as conseqüências e querer desistir, sentir medo e não saber como agir...
É frustrante sentir a vida pulsar e não saber em qual direção, ter tantas confusões ao ponto de tirar-me o meu próprio chão...
É frustrante, após uma tarde de frustrações, estar de um lado da Pedro II e ver meu ônibus passar, do outro lado, enquanto o trânsito me impede de atravessar...
É frustrante saber que as frustrações são causadas por minha facilidade em permitir-me frustrar...

segunda-feira, maio 21, 2007

VERDADE*



A porta da verdade estava aberta, mas só deixava passar meia pessoa de cada vez. Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade voltava igualmente com meio perfil. E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta. Chegaram ao lugar luminoso onde a verdade esplendia seus fogos. Era dividida em metades diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela. Nenhuma das duas era totalmente bela. E carecia optar. Cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
*Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, maio 07, 2007

RECADO DO LAGO*


Sou um lago que reflete o azul do céu, embora não seja o céu.
Mesmo sendo lago, tenho o sol em meu espelho, tenho as nuvens em minha superfície, tenho a lua e as estrelas me adornando.
Vou mudando de forma, continuamente, a depender da estação do ano. Posso tornar-me menor ou maior, mais calmo ou mais movimentado, mais cristalino ou com águas mais turvas.
O mais importante é a riqueza que guardo em meu interior, os peixes que abrigo e a vida que habita ao meu redor, as flores que permito existir às minhas margens e as aves que vêm se encontrar e brincar com minhas águas.

Nunca serei o mesmo e sempre serei eu mesmo.

Não temo a mudança - eu a abençôo.
E quando, mais tarde, deixar definitivamente de ser lago, minha água habitará o oceano ou o mais profundo veio da terra; meu leito será, talvez, uma floresta; e minha memória estará eternizada em todos os que se beneficiaram com meu ser inconstante.

*Texto extraído do livro Mudando para melhor - programação neurolingüistica e espiritualidade, de Kau Mascarenhas, Altos Planos Editora .

domingo, março 04, 2007

OBRIGADA, SERGIPE!

O dia da viagem estava cada vez mais próximo e com ele a saudade antecipada de todas as pessoas, lugares e momentos que marcaram minha vida em Sergipe. Não imaginei que seria tão difícil partir, retornar para meu Estado Natal.

Tenho certeza que as palavras não podem expressar a exatidão dos sentimentos criados e desenvolvidos em território sergipano, nem a importância de cada segundo vivido naquele lugar, mas quero marcar este momento com sinceros agradecimentos.

Obrigada, Sergipe, pelo acolhimento; pelo crescimento proporcionado; pela apresentação de locais de beleza inigualável; pelo empréstimo dos mesmos para vivência de momentos únicos e, principalmente, por todas as pessoas que conheci.

Obrigada, amigos, por todo amor; por toda força em cada segundo; pela compreensão; pela cumplicidade e confiança; pelo entendimento com um olhar, gesto ou palavra.
Obrigada, amigos, pelas festas, dias de farra, dias de guerra, dias de glória.
Obrigada pelas incríveis e inesperadas surpresas de despedida; pelas cartas, e-mails, mensagens, telefonemas, olho-no-olho.

Obrigada, M.A., por tudo que nem consigo dizer.

Enfim, obrigada a todos por serem parte da minha vida, parte de mim.

Despedidas são sempre difíceis, cruéis. Não quero que pensem que os deixei, que os esquecerei; levo-os comigo sempre, em meu coração.

Encerro deixando a certeza de que, por nada no mundo, abriria mão de viver estes três anos, um mês, vinte e seis dias, três horas e vinte minutos em Sergipe, ganhando o direito de ser uma legítima "Mineira de Sergipe" e ter em meu coração Eternos Amores.

Até Breve!

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

PEQUENO MUNDINHO


Que mundinho pequeno, quanta gente no mundo. Como pode acontecer o mesmo fato toda vez que a repetição de outro fato acontece em minha vida? Que mistura de felicidade, surpresa e medo.
- Medo? A menininha cresceu.
- Não o suficiente.
- O suficiente pra fazer a escolha.
- Não vai ser fácil.
- Ela será feliz.
- O caminho é novo, longo e difícil.
- Ela será feliz.
- Sim, ela será feliz, eles serão felizes.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Sobre um Grande Amor e o Amor da Sua Vida


Ela entrou no quarto em silêncio, fugindo dos costumes, e interrompeu uma boa leitura:
- Você sabia que ninguém fica com o Amor Da Sua Vida?
- Como?
- Isso mesmo, nunca percebeu? É o destino: se você está com a pessoa que ama, a vida os separa, quando não é ela, tem o dedo de alguém. E quando não é alguém... É a morte.
- Nossa... Você está mal...
- Não estou falando de mim, mas do que vejo. O povo sempre reclama ter perdido o amor... Então, melhor não se apaixonar, não se apegar. Melhor não amar ninguém, assim não há motivos para reclamar.
- As pessoas sofrem, reclamam, mas, no fundo, se pudessem optar, se soubessem o que é a vida sem amor, agradeceriam por poder senti-lo, mesmo com alguns sofrimentos. Sem amor, querida, a vida não é nada. Muitas pessoas pensam que perderam o Amor Da Vida delas, porque não houve tempo de descobrir o contrário.
- Marcelo era o amor da sua vida e vocês não estão juntos.
- Marcelo foi um Grande Amor, não o Amor da Minha Vida.
- Bem, tá na cara que o Amor da Vida de Maria era Julio, e depois que ele morreu ela teve outros amores, mas não como ele. E todo mundo vê que o Amor da Vida de Lucas é Ênia, mas ela o trocou por Davi; ele vai amar outras, mas não como ama ela.
- De qualquer forma, o relacionamento pode ter acabado antes mesmo de terem descoberto que não eram o Amor da Vida um do outro. No caso da morte, fica a dor da perda de um amor, de alguém que se queria viver muito tempo junto e, no fim, tudo tem ar de perfeição. É estilo Romeu e Julieta... Já leu aquele texto do Veríssimo que diz "morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora"?.
- Não conheço.
- Vou copiar para você. E o caso do Lucas... Não acredito que alguém possa definir tão cedo quem é o Amor da Sua Vida. Acho que só dá pra saber quando a distância entre o último piscar de olhos e o ponto em que se encontra for mínimo comparado com o tempo já vivido, porque, caso contrário, você pode olhar para o lado e se apaixonar de novo. E quem garante que este novo amor não será o Amor da Sua Vida?
Na vida, a gente pode ter muitos Grandes Amores, mas Amor da Sua Vida é um só e só pode ser definido próximo ao último suspiro.
- Faz sentido, mas ainda não estou convencida. Por enquanto minha teoria sobre o destino permanece.
Ficamos ali por mais alguns minutos, em silêncio, enquanto eu pensava como o tempo passa rápido, as crianças crescem e as experiências da vida, dolorosas ou não, são necessárias....

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Pra você...


"Eu tava triste, tristinho, mais sem graça que a top model magrela na passarela. Eu tava só, sozinho, mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora que cai o pano (que um vilão de filme mexicano), tava mais bobo que banda de rock, que um palhaço do circo vostok. Mas ontem eu recebi um telegrama, era você de Aracaju ou do Alabama, dizendo nego sinta-se feliz, porque no mundo tem alguém que diz...(...)..."
"Sem você meu rádio fica mudo, minha TV fica sem cor, meu violão fica sem som. Sem você meu corpo não reflete mais no espelho minha casa cai, sem você eu perco o chão....
Composição: Zeca Baleiro/ Luka

terça-feira, janeiro 23, 2007

PAZ E AMOR

Nenhum de Nós
Chame a família, avise o tio e o avô/ hoje todos vão saber que a sua garotinha se casou/ proibida, escondida, muito jovem pra escolher/ sua mãe quase desmaia, seu pai diz que quer morrer/ eu já fui seu namorado por isso ela me chamou/ para que eu fosse testemunha dessa história/ que seja linda como um dia foi a nossa/ Com flores na cabeça, nossos pés descalços/ nossa vida toda de paz e amor/ Avise a vizinha, mande chamar o seu irmão/ Eles tem que conhecer a sua mais nova paixão/ estudante dependente da mesada de seu pai /um garoto com os braços tatuados/ e por você perdidamente apaixonado.
*Às vezes a vida muda rapidamente e não dá nem tempo para a mente processar a informação. Aí, quando a gente percebe, já está envolvido (com o novo) até o último fio de cabelo. Por que é tão difícil aceitar e se adaptar? Por que é tão sofrido admitir que algo não existia antes e agora existe? Por que parece tão errado concordar em mudar de opinião, em agir diferente? Por que é tão cruel se deparar com uma situação antes inaceitável e, pra massacrar mais, se sentir feliz?????? Relaxe.... Curta a vida!
*Dedicado a um amigo que está sempre em meu coração e que saberá comprender as loucuras das minhas linhas.