segunda-feira, novembro 16, 2009

FIM DE AMOR

Quando um amor acaba e ainda há tanto amor, ele vira dor
Dor de não saber que rumo seguir, dor de amor que não consegue ser inteiro sozinho
Dor do ego que disputa o tamanho da própria dor
Dor de saber que contos de fadas não existem e que essa história não terá final feliz
Dor de planos feitos, de expectativas criadas, de tudo que não será realizado.

O amor precisa se apegar em algo para manter sua sanidade
Ele ouve as pessoas dizerem que o tempo traz a cura
E se irrita porque, se for verdade, significa que ele, o amor, terá fim
Desejar isso seria querer sua própria morte.

Então o amor resolve manter a dor, para não morrer com a ausência das novas lembranças
E decide ficar em casa por semanas, viver de música e cartas antigas
Ele oscila em angústia, raiva, culpa
Raiva que lhe trouxe arrependimento
Culpa que lhe traz mais sofrimento.

Em um momento que não sabe precisar
Esbarra em um novo amor
E entende que o velho amor não morre
Altera a forma, a intensidade, o objetivo
Ama como quem quer o bem
Dentro do limite não imposto, criado com naturalidade.

Percebe que sempre irá amar aquele amor de sua memória
De um jeito diferente, porque ambos mudaram
Porque nenhum deles existe como um dia se conheceram
Ou simplesmente porque o tempo quis provar do que é capaz.

5 comentários:

Unknown disse...

Nossa Bug, todos nós sentimos isso um dia, dai vem você e coloca nas palavras que não conseguimos explicar!
Lindo!!

Luanda Perséfony disse...

“... No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi...”


as músicas...
em todos os momentos as músicas...
sempre cantando-nos

Luanda Perséfony disse...

Um tanto de nossos papos...
Um tanto de nossas trocas...
Um tanto das nossas vidas...
Muito das nossas imprecisões e confianças...

Seguindo a música aí de cima:
“(...) por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas (...)

Pois é, isso de esperar as rosas secarem dentro de uma caixinha se empoeirando junto aos planos e sonhos... machuca um bocado a gente, mas também nos faz crescer muito... é isso, crescemos... e, as flores lá dentro da caixinha perdem um pouco da cor a cada novo dia... e, os planos e sonhos renovam suas cores a cada nova hora...

mãe de lara disse...

o amor é assim mesmo, mas a dor SEMPRE tem fim, mas tb tem um recomeço dela. O novo amor chega, e um dia pode se transformar em dor, mas depois muda, e muda, e muda, e muda, melhor pensar nos momentos felizes, vale mais a pena! ;)

Que bom que vc voltou a postar, tá em dívida com os seus leitores! :)

Beijoca!

Rapha Vieira ou um dos seus alteregos disse...

Nat, esse texto é perfeito. muito do que penso e sinto. Do que aprendi, do que quero aprender... Lembra do papo de que "eu devia ter escrito isso antes"? Pois é... E com tanta maestria...