segunda-feira, maio 24, 2010

QUASE 5 ANOS


Meu primeiro amor foi o Rafael.
Tímido e encantador, como não poderia deixar de ser. Pele clara, cabelo escuro com corte surfista, braço engessado. Inteligente. Tinha a minha idade: quase 5 anos.
Nossa convivência era diária, já que estudávamos na mesma sala e nossa casa era distante alguns quarteirões.

Em um dos meus aniversários na escola, Rafa me trouxe um cartão em formato de coração. Não um qualquer; era o seu coração, feito por suas pequenas mãos.
Eu, para retribuir o carinho, virei o rosto na hora de ganhar o beijo de parabéns na bochecha e, com toda intenção do mundo, fui em direção ao nosso primeiro e único selinho. Sem nenhuma timidez: na frente de toda a turma e de minha mãe.

Recordações como essa costumam bater na porta em alguns momentos da vida, em busca de (re)encontrar do outro lado aquela menina de quase 5 anos: inocente, ousada, persistente com toda energia oriunda da infância e, em especial, capaz, naturalmente, de descobrir a felicidade nas pequenas coisas.

4 comentários:

Ana disse...

HAHA que fofa!
primeiro amor a gente nunca esquece!
É impressionante como a gente é espontâneo quando somos crianças né?

Rapha Vieira ou um dos seus alteregos disse...

Nossa! Que texto revelador... Agora eu compreendo um pouco mais a mulher que vc se tornou... Huahuahuiahuahua!
;)

Anônimo disse...

bacana!! Ah, estes momentos são únicos.

Manel

PCarvalho disse...

Oi Amiga... Adorei seu texto e concordo plenamente...
Recordar é viver... E quem sabe assim não voltamos a ser quem um dia fomos, não é??
Beijos e muitas saudades...