quinta-feira, novembro 25, 2010

O JOVEM DO ATALHO

A moça deu sinal no ônibus para descer no próximo ponto. O atalho para sua rua estava escuro; cortar o caminho até sua casa significava passar por um local que não arriscava caminhar sozinha àquela hora.

Olhou ao redor e viu um rapaz atravessando a avenida, em direção ao atalho. Imediatamente chamou:
- Ei, você vai por ali?
- Vou, sim. Disse o rapaz.
- Ah, então vou com você.
Foram caminhando lado a lado com a intimidade de quem nunca se viu. Era tarde, ambos estavam com o silêncio cansado dos seus uniformes.
Ao passar pelo atalho, os dois viraram à direita. Ela começou a ficar desconfiada e observando os passos do rapaz, como se fosse um sinal de problema irem na mesma direção.

Em seguida, ambos dobraram à esquerda. 
Naquele momento já estava dizendo a si mesma para deixar de ser neurótica.
Mais alguns passos e seria o fim da linha. Ela tinha de virar na rua seguinte e pensou que, se o rapaz fizesse o mesmo, estaria seguindo-a. Tentou se distrair, pensando nos afazeres do dia seguinte e no quanto era exageradamente medrosa. Lembrou da amiga que havia sofrido um ataque no bairro ao lado... E voltou a concentrar-se na caminhada, mantendo os sentidos atentos.

O jovem de mochila nas costas seguiu seu rumo, virando na mesma rua que a moça. 
Ela acelerou os passos e o coração juntos. Pensou como faria para escapar. Bolou idéias mil em poucos segundos, até chegar na porta de sua casa. 

Quando olhou pra trás, para calcular quanto tempo teria para abrir o portão, viu seu desconhecido acompanhante destrancar o cadeado vizinho. 
Sim, eram vizinhos. Muro com muro. 
Entraram para suas casas, sem se despedir e não se viram por dezenas de dias.

Somente meses depois saberia o que se passou na cabeça do rapaz. 
E pelos anos seguintes, a moça sorriu todas as vezes em que ela e o jovem do atalho passaram de mãos dadas por aquele local.

7 comentários:

Rapha Vieira ou um dos seus alteregos disse...

"Vc sabe mesmo como prender o leitor..." Muito bom!!!!

Talissa B Castro disse...

Nossa, já imaginei um monte de coisas ruins!!!! e no fim eram vizinhos, um tipico final que não se espera!!!! bem secúlo XXI, sem empo nem para vizinhos no nosso dia-a-dia!!!!

Natália disse...

Rapha.... thanks. Não vale apresentar seus dons como meus. hehehe

Bug,
"bota" séc. XXI nisso... bjo

Marco Aurélio disse...

Boa Noite............


kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


Sabe prender os leitores kkkkkkkk

Você devia escrever um livro.

kkkkkkkkkkk

Bem acho que esta história ficou faltando muito......

Vou ficar esperando pelas próximas versões........

Ummmmmmm.

E teve despedida.

Doisssss.

Esta menina foi capaz de confundir o rapaz com o irmão dele.

Trêsssssss.

Esta menina deixou o rapaz por 3 ou 4 meses passar pelo atalho sozinho pensando nela.

kkkkkkkkkkkkkk

Tem mais um monte......

Mas irei dexar pra você escrever, pois tem o dom de prender o leitor e deixar uma leitura agradavel.

M.A.

+++++++++++++++++++++++++++++

" Uma pessoa acaba se transformando naquilo que vê nos olhos de quem deseja."

Autor desconhecido.

+++++++++++++++++++++++++++++

Natália disse...

Marco Aurélio,
que nada... escrever um livro é pra gente grande...
É... acho que a moça do atalho esqueceu de me contar alguns destes detalhes, pode deixar que vou falar com ela. hehehehe
Abraços!

Laura Martins disse...

Nat, como eu sei ler nas entrelinhas, fiquei muito tocada com este texto. Vc, de fato, escreve muito bem. Beijos, querida!

Natália disse...

Ei, Laurinha!
Fiquei até corada com o seu elogio; você é expert no ramo!! hehe
Abraços e obrigada!